terça-feira, 1 de maio de 2012

gatos

essas linhas têm endereço certo e não são para qualquer pessoa. durante meu período no rio de janeiro, desbravei, descobri, redescobri e confirmei uma uma série de coisas. uma certeza: minha identificação absurda com o universo felino. a esse respeito, chego a não acreditar como já escrevi tanta besteira, sobre tanta coisa e ainda não tinha rendido homenagem aos gatos. sempre fui amante dos animais, a ponto de me sensibilizar mais com o bem estar dos bichos, do que com o de nossa espécie. idiossincrasias, esquisitices e excentricidades me aproximaram bem mais dos felinos em geral e dos gatos em particular. convivo com eles desde que era criança pequena em são luís, bem como com uma rinite leve, bem anterior aos gatos. foram vários. curiosamente, quase todas fêmeas.. minha identificação é tanta, que outro dia me deprimi ao ler matéria sobre um zoológico particular descoberto no interior do paraná: tigres e leões estavam desnutridos e deprimidos, e os especialistas do ibama estimam que eram alimentados com um frango por dia. a dieta recomendável para felinos de grande porte inclui quilos diários de carne crua. para ilustrar: em algum ponto distante da minha adolecência, enquanto eu estudava [hábito cultivado desde nem sei quando], uma das gatas que criávamos, bastante doente e debilitada, acordou, cambaleou até meus pés, e se deitou para dar o ultimo suspiro de vida comigo.. aí lembro das subpessoas qua acham que gatos não são capazes de esboçar carinho e que lhes fala sensibilidade. putaquepariu, que paciência para essas pessoas!! acredito que gatos têm conexões incompreensíveis com mundos e planos menos compreensíveis ainda. o que poderia assustar alguns, me encanta e me intriga. até charles bukowski escreveu um poema elegante e refinado sobre os gatos. voltando ao rio. durante os dois anos em que morei na cidade maravilhosa, exerci [ina]bilidades que nem sabia que possuía. morava na cidade mais propícia a relações efêmeras e sexo fácil do brasil. mas, à exceção de uma relação relâmpago e umas poucas ciscadas, vivi praticamente recluso e bem. estava feliz, pleno. minhas companhias preferidas eram um argentino excêntrico, uma bahiana arretada.. e duas gatas – mãe e filha, adotadas diretamente no passeio público, próximo aos arcos da lapa. cariocas da gema. moravam comigo e tornavam a vida em copacabana um pouco mais peluda e muito mais engraçada. hoje, cinco mudanças e muitas aventuras e desventuras depois, maria eduarda e charlotte são a família mais próxima. referência de convívio, de carinho, de bagunça e de diversão. foi lá na baía de guanabara que descobri córa rónai. colunista de O Globo, escreve com sensbilidade rara e revela paixão desmedida pelos gatos. na primeira vez em que li sua coluna, ela escrevia sobre como uma de suas várias gatas andou até seus pés e adormeceu pra sempre. identificação imediata!! tempos depois, descobri que cora era mulher de millôr fernandes. necesidade de escovar sempre, aguentar lingua áspera, miados fora do horário, despertadores naturais, universo interminável de pêlos, o fim de roupas sempre limpas.. não vale a pena tentar seduzir ao universo felino aqueles que declaradamente não gostam de gatos. porra, quem não gosta de gatos merece.. não gostar de gatos! a sensibilidade ainda tem vez nesse mundo enquanto houver gente naturalmente apaixonada como cora rónai, mariana gogu – e seu blog amalucado, a vera de bsb [dona de um “acervo” de mais de 60 gatos, adotados e bem criados], o pessoal da SUIPA, flávia mattos, thaís braga, patrícia sávio, dentre tantos outros. e gente que se deixa seduzir e conquistar – como o dono do mishima [“o amor em minúscula”], e, claro, a “bonitinha do ceubinho”. a criativa amimação shrek mereceu três continuações, mas o único personagem que teve um filme à parte, claro, foi o gato de botas: antônio bandeiras estava impagável! com os gatos, a vida fica mais gostosa e o domingo, mais alegre. é hora de encerrar, pois charlotte mia insistentemente. acho que não é fome, mas gula por sorvete de café ou iogurte. acostumei-as a um micro-naco de um ou de outro, de vez em quando. a vida pode ser meio chata quite sometimes e até os gatos merecem um regalo. § § § ps: para todos os apreciadores e apreciadoras do universo enlouquecido dos gatos.